Afinal, o Pai deve ou não assistir ao parto?
Esta é uma pergunta que surge inumeras vezes, e para qual há imensos artigos em resposta, basta fazer uma busca no famoso google e, bingo! temos respostas para todos os gostos e feitios.
Mas será mesmo esta a pergunta certa a fazer?
Hoje li um artigo (este) que saiu na “maxima” sobre se o pai deve ou não assistir ao parto. Confesso que como mãe, e como profissional, fiquei um pouco surpresa com a “qualidade” do artigo.
Quando esta ginecologista-obstetra diz que “o momento (do parto) é sempre muito pouco sexual.” está a insinuar que tudo o que envolve a vida de um casal tem de ter uma conotação sexual, ou seja, é o mesmo que estar a restringir as relações de um casal a uma mera relação de interesse sexual, o que a meu ver é francamente depreciativo.
Como profissional, posso dizer que não há nada mais bonito do que a cumplicidade de um casal no momento do nascimento de um filho.
Como mãe, para o meu primeiro filho quis ter a minha mãe comigo no parto, por opção, por várias razões, incluindo por esse medo de interferência na sexualidade do casal. Infelizmente este facto – presença ou ausência do pai no parto e os motivos – nunca foi abordado connosco por nenhum dos profissionais que nos acompanharam. Nos outros dois partos o pai esteve lá e foi simplesmente magnifico, uma experiência de partilha e cumplicidade inigualável!
Mas não adianta negar: nos primeiros meses a sexualidade do casal é afectada pelo nascimento de um filho. Ponto final. Aliás, toda a relação leva um abanão, e, das duas uma: ou sai mais forte, ou sofre danos (quase) irreversiveis. E isso é “assistir-ó-parto independente”.
Mas fiquemo-nos pela parte do parto e da sexualidade.
Nos primeiros meses a sexualidade é afectada por varios motivos, sendo os dois principais a baixa líbido da mãe e a necessidade do casal de se (re)encontrar nesta nova vida com mais um membro na familia. Afectada não significa anulada, e há casais que ao final de muito pouco tempo retomam a sua vida sexual, mas continuam a precisar de um “tempo de adaptação” para que possam voltar a viver a sexualidade em pleno. Havera excepções, claro, mas não é a regra. E isto acontece de cada vez que nasce um filho, independentemente de ser o primeiro ou o quarto.
Mas afinal, o pai deve ou não assistir ao parto?
Não tenho resposta a esta pergunta. Simplesmente porque “Pai” não define um conjunto de progenitores do sexo masculino. “Pai” é AQUELE homem, um ser único, marido ou companheiro DAQUELA mulher, com a sua história de vida e a sua personalidade. E por essa razão não há uma resposta universal para uma pergunta tão genérica.
Por isso, a meu ver, a pergunta correcta será: “ESTE Pai quer assistir ao parto”? Ou “ESTE Pai está preparado para assistir ao parto?” E consequentemente, o quê que nós, profissionais, podemos fazer para que AQUELE Pai se sinta confortavél de modo a poder apoiar a sua companheira e viver esta experiência plenamente?
Deixemos o casal decidir, com o nosso apoio e acompanhamento, ao invés de andarmos a dar opiniões-do-arco-da-velha.
Sexualidades à parte, o apoio que o pai dá à mãe na sala de partos é insubstituivel! E a emoção vivida a dois é algo único!
Opiniões há muitas 😉
Assim vai a vida… aos olhos de uma enfermeira!
A aqui a tua irmãe 😀 adorou assistir ao teu primeiro parto 😀 Nos meus partos ainda não deixavam os pais assistir.
E eu tb ❤