Vida de mãe: Expectativas vs realidade
Porque ontem foi dia dos filhos, resolvi, ao invés de escrever um texto fofinho e lamechas sobre o quão maravilhosos eles são – e se são! – escrever antes sobre algo diferente: as minhas expectativas diárias em várias situações e a espectacular realidade…
Hora de acordar
Expectativa: vou acordar uma hora antes deles, arranjo-me com calma, avanço o pequeno-almoço e acordo-os calmamente e assim conseguiremos sair de casa a horas!
Realidade: o despertador toca mas estou demasiado KO para me levantar, levanto-me 10 minutos antes deles, acordo-os calmamente mas ainda assim ouço o típico “mas eu ainda tenho xonoooo” da Eva e do “só mais 5 minutos” do Duarte. O Francisco esse acorda sempre de bom humor! Preparo-os ao mesmo tempo que me preparo numa correria doida, entre os “despachem-se” e os “está quase” ao mesmo tempo que consulto o relógio para ter a certeza que não ultrapasso a “deadline”. Saio de casa sempre 5 minutos depois da “deadline” e a prometer a mim mesma que amanha me levanto mais cedo!
Solução: acordar efectivamente mais cedo!
Compras
Expectativa: vamos só ao supermercado comprar 3 coisas que a mãe precisa, vamos num pé e voltamos noutro!
Realidade: demoro o triplo do tempo que tinha estipulado, passo o tempo a repetir as mesmas frases: “não se mexe”, “não saias de perto da mãe” e “não, não vamos levar isso”. Acabo por trazer 2 ou 3 coisas que não estavam previstas, e as vezes, pasmem-se, esqueço-me de trazer o que ia buscar inicialmente. (Ultimamente vou com lista!) .
Solução: evitar ao maximo ir às compras com miúdos!
Hora da brincadeira
Expectativa: agora durante um bocadinho brincam os três para a mãe conseguir ali fazer uma coisa rápida (estender roupa, arrumar a cozinha, ou outra actividade do género)
Realidade: durante toda a duração do “um bocadinho” ouço “ohhh mããeee o Duarte bateu-me”, “MÃE a Eva não sabe brincar” e pergunto repetidamente “onde está o Francisco??”, interrompo a minha tarefa de 5 em 5 minutos – as vezes menos – para separar lutas, dar beijinhos nos dói-dóis, procurar o Francisco….. Ouf!
Solução: prever o dobro do tempo da tarefa para a duração do “um bocadinho”
Hora da refeição
Expectativa: vamos todos comer os legumes e a sopa, sem guerras, ao mesmo tempo que conversamos sobre o nosso dia (Um dia há-de ser o dia!)
Realidade: passamos a refeição toda a negociar a sopa e/ou os legumes, se tento falar com o marido somos interrompidos a cada 15s ora por um, ora por outro, ora por outro…
Solução: deixar de ter expectativas neste ponto para os proximos 10 anos.
Umas vezes farto-me de rir, outras só me apetece chorar, e apesar de haver finais de dia em que conto os minutos para os deitar, são ELES e todas estas peripécias – entre outras! – que animam os meus dias, que alimentam a alma, que dão vida à vida!
Assim vai a vida… aos olhos de uma mãe!
Tão eu em todos os pontos! O melhor é não ter expectativas nenhumas e deixar ir correndo dentro dos limites… só tenho dois mas o filme é igualzinho! 🙂
Lol estou a adorar este teu cantinho que, infelizmente, só descobri hoje :P…
Destas todas aquela que prefiro é mesmo a das compras… ir às compras com os miúdos parece uma coisa inofensiva, uma tarefa “I can do this”… para mim acaba por ser uma das mais stressantes…
Mas é bom ter sempre expetativas de que vai ser melhor do que é… significa que, apesar de tudo, continuamos otimistas 😀