Será que gostamos mesmo dos filhos todos por igual?
Um medo que tive quando engravidei da Eva (bb#2) era não a conseguir amar como amava o Duarte.
Na verdade eu achava que era impossivel amar duas pessoas com aquela intensidade, e isso foi uma das razões pelas quais eu após o Duarte não queria ter mais filhos.
Ele preenchia-me e o amor que eu sentia por ele fazia-me sentir completa.
Depois engravidei da Eva, e apesar de já amar aquele bebé na minha barriga, a confirmação de tudo veio no momento em que ela nasceu: uma explosão de amor, o renascimento de uma mãe.
Eu continuava a ser a mãe do Duarte, mas a partir daquele momento era também a mãe da Eva com tudo o que isso implicava: o mesmo amor, o mesmo medo, a mesma dedicação.
E foi assim que descobri que o amor de mãe de facto se multiplica, e ganhei então coragem para voltar a sonhar com a família numerosa que sempre desejei.
Mas será que de facto gostamos por igual de todos os filhos?
Hoje, mãe de quatro, asseguro-vos que sim.
O amor não se mede, e esse é igualmente incondicional em relação a todos os filhos.
No entanto, a relação que temos com cada um deles é diferente, e não faria sentido ser de outra forma, visto que cada um deles é uma pessoa única.
E é esta personalidade única que torna tudo tão especial, tão dificil e ao mesmo tempo tão gratificante: é que podemos ter dez filhos, que a cada vez que nasce um deles nasce também uma nova mãe, a mãe daquele filho!
Podemos ter dez filhos que continuaremos a não ter todas as respostas.
Podemos ter dez filhos que o desafio continuará a ser o mesmo: ser a melhor mãe possivel para cada um deles!
Depois, acredito que poderá haver mais afinidades consoante o carácter de cada um deles, há maneiras de ser com as quais nos identificamos mais, outras nem tanto.
Por agora não sinto isso. A única coisa que sinto é que embora seja “mãe coruja” com todos, sou-o de forma mais intensa enquanto eles são muito pequenos, logo tenho uma tendência para ser mais protectora com os mais novos, mas tento sempre ser justa (admito que posso nem sempre conseguir!).
Depois temos as idades, e eu não posso agir da mesma forma com o Duarte que tem dez anos e com a Eva que tem quatro ou o Francisco que tem dois.
No entanto quando o Duarte reclama porque já não o podemos levar as cavalitas, por exemplo, explicamos que ele já passou por isso e que agora está mais crescido e já não pode ir as cavalitas, mas tem outros privilégios de menino crescido como ficar acordado até mais tarde que os irmãos.
Portanto, e apesar das idades diferentes, fases diferentes e carácteres diferentes, a resposta é SIM: gostamos de todos os filhos por igual.
Daria igualmente a minha vida sem pensar duas vezes, se tivesse de escolher entre os meus filhos jamais poderia fazê-lo.
O amor pelos filhos (todos!) é incondicional, imensurável, e inexplicável!
Assim vai a vida… aos olhos de uma mãe!