Dores de uma mulher emigrada

Dores de uma mulher emigrada

Em vésperas de partir, muito do que sinto é dor.

Dor de – mais uma vez – dizer adeus à minha cidade.

Dor de – mais uma vez – me despedir de quem amo.

Dor de – mais uma vez – não ter tido oportunidade de estar com todos aqueles que me dizem tanto.

Dor por ser uma filha à distância, uma irmã à distância, uma tia à distância, uma madrinha à distância…

Dor por ser mãe longe da minha mãe.

Dor por ter de viver a vida que escolhi, longe dos meus e das minhas raízes.

Dor por saber que a vida que escolhi dificilmente poderia ser vivida – com qualidade – no meu país.

Sei que a minha vida é la, mas uma parte muito importante de mim fica cá.

No coração levo todos os momentos que passei com quem amo, familia e amigos de sempre, e arrisco dizer, para sempre.

Na bagagem levo cheiros, sabores e paisagens tão nossos, tão únicos.

E na mente uma certeza, uma vontade: a de querer voltar em breve para matar saudades…

Assim vai a vida… aos olhos de uma emigrante!

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