“O bebé tem fome!”

“O bebé tem fome!”

Muitas vezes cruzo-me com recém-mamãs, que querem muito amamentar as suas crias, mas a quem logo na maternidade foi dito “o bebé tem fome”.

O bebé chora. O bebé chora muito nos primeiros dias por isso tem fome.

O bebé perde peso. O bebé está a perder muito peso por isso tem fome.

O leite da mãe não chega. Ou não alimenta.

Sim, o bebé tem fome, é verdade. Mas o bebé tem fome de contacto físico e de afectos. E em todo este processo raramente os profissionais se lembram desta vertente tão importante da chegada do bebé.

Uso muitas vezes a palavra “cria” ou “crias” propositadamente, para nos relembrar que apesar de tudo somos animais.

A sociedade mudou, evoluiu, modernizou-se. A tecnologia domina os nossos dias, no entanto, toda esta evolução afastou-nos da essência do nosso ser: somos “carregadores”. A nossa espécie sobreviveu graças ao contacto físico que nos permitiu aquecer, alimentar e proteger os nossos bebés dos predadores ao longo dos milénios.

A sociedade evoluiu mas as necessidades dos nossos bebés continuam as mesmas, não me canso de o dizer.

Os nossos bebés tem fome sim, fome de contacto, fome de sentirem o corpo da mãe, de o cheirarem, de o provarem, de rastejarem nele até encontrarem a mama.

Antes de “culpar” o leite da mãe por não ser suficiente, vamos dar tempo e espaço ao bebé para se encontrar com a sua mãe, com o seu corpo.

Este tempo é importante para a mãe, a mãe precisa conhecer o seu bebé agora pelo lado de fora, tocar, sentir, cheirar o seu bebé, tudo isto vai contribuir para a estimulação hormonal que vai impulsionar todo um pós-parto mais saudável, e a amamentação, claro!

Mas, este tempo também é precioso para o bebé! Vai despertar nele todos os seus sentidos, sensações que nunca antes experimentou. Vai sentir-se em segurança, vai permitir-lhe manter-se quente e regular de forma espectacular as suas funções vitais. E acima de tudo, vai despertar os seus reflexos mais primitivos, reflexos que vão permitir-lhe uma melhor adaptação à vida extra-uterina, que vão permitir-lhe mamar de forma eficaz. Reflexos dos quais, outrora, dependia a sua sobrevivência.

Então, vamos alimentar os nossos bebés? 😉

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