Devemos deixar o bebé chorar com um objetivo específico?
É importante ter em mente aquilo que nos define enquanto espécie e nos permitiu sobreviver ao longo dos milénios apesar de termos crias extremamente imaturas e dependentes quando comparados com outras espécies: a proximidade, o contacto físico permanente da progenitora com as crias. Isto faz parte da nossa natureza.
Sendo assim, é ainda importante referir que enquanto progenitoras da espécie humana «estamos programadas » para responder ao choro do bebé, de modo a garantir a sua sobrevivência.
Quando o bebé chora a mãe não consegue ficar indiferente e há cada vez mais estudos científicos a suportar este facto.
Ora, se esta é a nossa natureza, será que faz sentido deixar chorar o bebé como tantas vezes se ouve? Será que faz sentido contrariar o nosso instinto, aquilo que nos permitiu evoluir e sobreviver?
Deixar chorar uns minutos quando não há escolha é uma coisa… deixar chorar com o intuito de ensinar algo, é outra.
Não há “choro controlado”. O choro assim como as emoções dos bebés não se controlam: ensinam-se!
Assim, quando usamos este método para, por exemplo, ensinar o bebé a adormecer sozinho, o que na verdade lhe estamos a ensinar é que de dia estamos disponíveis para ele, mas à noite não. Estamos a ensinar a este bebé o que é sentir-se abandonado. E não, não é exagero. Há uma quebra de confiança na relação de apego do bebé com o cuidador. Há formas mais saudáveis para ajudar o bebé a ter uma boa relação com o sono!
O choro não é uma arma de manipulação, é um meio de comunicação de necessidades. Responder a estas necessidades transmite segurança ao bebé e ensina-lhe que pode confiar nas suas figuras de apego!