Satisfação conjugal e burnout parental
Lembro-me bem da nossa primeira saída a dois após o nascimento do Dinis. Praticamente um ano depois.
Estávamos afastados, não havia tema de conversa, foi desconfortável e em menos de 1h30 estávamos de regresso a casa.
WOW. Foi como um electrochoque. Aparentemente tudo estava “bem”. Normal. A vida ia seguindo o seu curso normal todos os dias e nós cada vez mais afastados fruto da falta de tempo para o casal. O Dinis no primeiro ano não adormecia antes das 23h/00h o que não nos dava qualquer tipo de margem de manobra para um serão a dois por exemplo, e a nossa falta de comunicação impediu-nos de encontrar estratégias e as bola de neve foi crescendo.
A comunicação é um dos recursos mais importantes num casal, e percebemos ali a nossa estava a falhar redondamente.
Nós acordámos a tempo. Percebemos o sinal de alarme e isso despertou a nossa consciência. Mas muitas vezes isso não acontece.
Os estudos têm mostrado uma relação importante entre a satisfação conjugal e o risco de burnout parental: quanto mais elevada a satisfação conjugal menor o risco de burnout parental.
A insatisfação conjugal aumenta o risco de burnout parental, mas o burnout parental devido às suas consequências como irritabilidade e falta de paciência também impacta negativamente a satisfação conjugal, e temos aqui uma bola de neve que vai crescendo cada vez mais.
Quando o casal está bem, quando comunica apesar das dificuldades, quando consegue ir encontrando estratégias para superar as dificuldades, tudo parece menos negro.
Por isso a relação e a comunicação do casal é um tema muito presente nas sessões que faço quer de exaustão parental, quer no contexto de nascimento de um bebé, quer no acompanhamento da família de um bebé intenso.
Como está esta vertente da tua vida? Sentes coesão ou afastamento? Consciente ou inconsciente?