Os nossos filhos só são criança uma vez.
Durante esse minúsculo lapso de tempo nós somos o seu mundo, as pessoas em quem eles mais confiam, quem mais amam e admiram.
Um dia vão crescer, vão formar a sua própria família e outras pessoas passarão a ser o seu mundo, e embora nós continuemos a fazer parte dele, a verdade é que inevitavelmente passaremos para segundo plano.
Tentar forçar etapas, querer crianças independentes que adormeçam (e durmam) sozinhas desde cedo, que fiquem tranquilamente num berço ou num tapete de actividades enquanto a nossa vida continua quase intocável, é utópico !
Precisamos aceitar que a nossa vida muda com a chegada de um filho. Aceitar que as crianças são dependentes de nós por natureza… que essa dependência fará com que possam crescer seguros e com que sintam confiança em si mesmas, nos outros e no mundo à sua volta.
Querer forçar a sua autonomia emocional é contra natura. Os nossos bebés e as nossas crianças não são nem nunca poderão ser adultos em ponto pequeno.
Simplesmente não têm estrutura emocional para isso!
Tenho muitas vezes a sensação de que os adultos querem que as crianças sejam independentes, mas não querem que os jovens adultos dêem um passo sem ser aprovado…
Pretendemos então ter crianças autónomas e jovens submissos?
Parece-me que estamos a ver o mundo ao contrário.
Partilho novamente este texto que escrevi há cerca de um ano atrás, porque sinto que continua tão actual como no dia em que o escrevi.